Reformas trabalhistas não geram emprego, aponta OIT

Levantamento realizado em 110 países aponta que alterações em legislação trabalhista podem gerar até desemprego, segundo Clemente Ganz Lúcio (foto), do Dieese.

Um levantamento realizado pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, após a crise internacional de 2008, aponta que as 670 alterações no sistema coletivo de negociação e na legislação trabalhista de 110 países não tiveram nenhum impacto positivo na geração de emprego.

Esse dado foi informado pelo diretor do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, durante o MB com a Presidenta desta segunda, 6 de junho. Ele ainda ressaltou que essas alterações têm impacto nulo e que quando há crise economia, acabam gerando na verdade: desemprego.

“Você poderá ser contratado por cinco bancos e trabalhar zero hora. Ao final do mês você terá cinco contratos de trabalho sem ter trabalhado nenhum hora. Agora se o banco “A” te chamar para trabalhar no sábado para fazer um determinado atendimento, que ele resolveu fazer em um dia, você trabalha oito horas.

E no final do mês, você estará empregado recebendo por 8 horas ou zero hora, por exemplo. É o trabalho intermitente. Hoje isso é ilegal, mas pela reforma seria formal e legal”, destaca Clemente.

O diretor técnico do Dieese destaca ainda que se a reforma proposta pelo governo Temer for aprovada, haverá ainda mais precarização nas condições de trabalho, já que poderá haver contratação de trabalho formal por hora, permissão para que o trabalhador seja contratado em vários empregos e não prestar serviço para nenhum, e portanto não ser remunerado ou apenas ter seu salário baseado nas horas trabalhadas por mês.

“Do ponto de vista estatístico, essa reforma gerará emprego. Mas, no ponto de vista social e trabalhista, não”, finaliza Clemente.

Fonte: Seeb SP

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