Os usuários de internet no Brasil não têm dúvidas: o assunto do dia é o depoimento do ex-advogado da Odebrecht, Tacla Dura, à CPI da JBS no Senado. Duran, em seu depoimento, desnudou os métodos de Moro para conseguir delações premiadas na Lava Jato. Acusado de lavagem de dinheiro, o ex-advogado recebeu de um intermediador de Moro propostas ilegais de delação premiada e tem provas que colocam em xeque a atuação do juiz de Curitiba. [Saiba mais sobre o depoimento aqui e aqui].
Em qualquer país com uma democracia sólida esse assunto seria manchete nos veículos de mídia. Não é o caso do Brasil. O depoimento do ex-advogado da Odebrecht foi praticamente ignorado pela mídia tradicional brasileira. A Folha de S. Paulo, por exemplo, escondeu a matéria sobre o depoimento de Duran em no canto esquerdo da home de seu site sem destaque algum. O Estadão fez o mesmo: puxou a notícia para três colunas abaixo do destaque principal.
Destaques da home do G1 no dia do depoimento de Duran. (Reprodução)
Mais grave ainda é o caso do G1, da Globo, onde o silêncio chega a ser ensurdecedor. Para o site da família Marinho, o depoimento basicamente não existiu: não há, na home do site, qualquer menção à Tacla Duran. Quase como uma provocação, a manchete principal do site é sobre a morte do norte-americano que inspirou o “desafio do balde d’água”.
Se por um lado a mídia tradicional ignora, as redes sociais e as mídias livres dão o devido destaque ao assunto. O termo “Tacla Duran” está nos Trending Topics do Twitter no Brasil e internautas não param de postar trechos do depoimento e escancarar a seletividade noticiosa da mídia hegemônica brasileira. Até infográfico sobre as revelações de Duran já circulam nas redes.
Fonte: Revista Fórum




