Em reunião com movimento sindical ontem que durou duas horas, os bancos garantiram diálogo aberto durante todo processo de fusão e transição tranquila.
Não haverá demissão em massa no processo de aquisição do HSBC pelo Bradesco. A garantia foi dada pela direção dos dois bancos aos representantes do movimento sindical do país.
Os dirigentes sindicais cobraram a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores e receberam dos bancos o compromisso de que o diálogo estará aberto durante todo processo de fusão e a transição será feita com tranquilidade.
Os dois bancos afirmam que não haverá demissão em massa e reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical. O Bradesco disse que não pedirá cortes e o HSBC informou que também não pretende fazê-los: o banco precisa continuar operando e dando lucro, já que o valor da transação é ajustável. Até que saia a aprovação da venda, que pode durar seis meses, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é de manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.
Oportunidades
O Bradesco informou, ainda, que os trabalhadores do HSBC serão acolhidos com oportunidades iguais. Questionado pelo movimento sindical sobre a situação de quem já é do Bradesco, os representantes do banco declararam que não haverá nenhum impedimento, retaliação, ou discriminação, inclusive para aqueles que deixaram o Bradesco para ir para o HSBC e agora retornarão. “Eles disseram que em outras incorporações houve trabalhadores que voltaram e ficaram.
O compromisso do Bradesco é de realocar onde estiver sobrando, mas como não conhece toda a operação do HSBC, só poderá avaliar melhor a situação quando ver como é. Queremos conversar sobre Curitiba, sobre os departamentos e o Bradesco reafirmou que o canal de diálogo estará aberto.
Direitos
Os bancos também foram questionados em relação aos direitos que os trabalhadores do HSBC têm e os do Bradesco não têm. Por exemplo, o auxílio-educação: o Bradesco não paga e o HSBC paga. É uma reivindicação antiga do movimento sindical e queremos que o Bradesco, assim que assumir, debata essas diferenças.
O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos.
Vamos ficar atentos e acompanhando eventuais desligamentos.
Em Curitiba
O encerramento das atividades do HSBC no Brasil tem impacto direto em Curitiba. Na capital, onde fica sua sede administrativa, o banco britânico emprega atualmente 7,1 mil pessoas, sem contar estagiários e terceirizados. O número é equivalente a todos os empregos gerados pela economia da cidade no ano passado – 7.106 vagas, segundo o Ministério do Trabalho.
A operação brasileira do HSBC Global Technology (GLT), que tem uma de suas seis sedes globais em Curitiba, também entrou no pacote adquirido pelo Bradesco. A GLT tem cerca de 700 funcionários na cidade trabalhando no desenvolvimento de softwares e serviços usados pelo HSBC em vários países.
Fonte: Movimento Sindical
