COLLOR E HUCK: Nunca fomos tão iguais a 1989.

Se há um momento similar a 1989, esse momento é o atual. Aliás, nunca estivemos tão iguais como agora. A dissolução das forças democráticas e a incapacidade de manter o golpe de estado, culmina em um momento tal como aquele, do século passado, de redemocratização. Se compararmos a esquerda, Lula está para os progressistas como Brizola estava e, talvez, Boulos esteja para o momento atual, como Lula estava em 1989, com algumas diferenças.

Mas, o mais perverso de tudo, é a repetição da história no caso da direita. Sem nenhuma força possível, tal como o passado, a mídia, em especial a Globo, começa a fabricar seu candidato bom moço, que vai limpar o Brasil em direção ao novo, ao moderno e à juventude. No passado, Collor tinha o mesmo perfil de Luciano Huck, o rapaz que se preocupa com a saúde, que tem uma esposa bonita, com jeito de bom moço, que ajuda as criancinhas e aparece como moralizador. Dá até a pra confundir, qual dos dois seria o caçador de marajás?

Na questão social, são idênticos, brancos, ricos, filhos da aristocracia, frequentam os mesmo círculos sociais e seus restaurantes de nome francês. Já no âmbito econômico, a semelhança é assustadora. São neo-liberais, contra qualquer programa social, adeptos do estado mínimo, fortemente apoiados pelo mercado financeiro e empresários, que até criaram um fundo eleitoral, o tal do fundo “Patriota”, ou sei lá como chamaram essa idiotice.

O apoio da mídia, se resume a um programa massivo de valorização e exposição na TV. Algumas táticas para atingir a Internet, como a campanha da Globo, para os teleguiados aparecerem na TV falando, em vídeo, “O Brasil que desejam para o futuro”, é semelhante às demais ações de 1989, para criar Collor.

Sua inserção do cenário político se dá de forma apartidária porém, hoje, há a preocupação de se criar uma base parlamentar, o que não houve com Collor. Huck ascenderia ao poder com uma das maiores bases parlamentares de um novo presidente, na história republicana do Brasil, somando o PSDB, PMDB e grande parte do centrão, contando, inclusive, com siglas de aluguel, como o PPS.

Dos anseios do povo à fragmentação política, numa eleição com mais de 10 candidatos, Huck e Collor se assemelham, inclusive, no cenário político de redemocratização e fragmentação de forças. Há um agravante perverso ao país, o histórico dos erros do projeto anterior, que não serão cometidos agora. Talvez, Collor fosse arrogante e idiota de mais, já Huck, não, conta com uma educação, teoricamente mais refinada e malandra, natural dos sionista. De onde você acha que ele tirou esse sobrenome?

Agora, resta saber como a Globo vai vender esse sujeito, como vai convencer o brasileiro de que ele bonito, apesar de sua aparência. Não dá pra ficar só na ideia de que ele é a melhor escolha para namorar a netinha da vovó. A narrativa tem que melhorar e muito.

Fonte: A Postagem

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