Manifestações em todo o país contra a prisão de Lula

Em mais um passo do movimento golpista em nosso país, o juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quinta-feira (05) a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia seguinte em que o Supremo Tribunal Federal (STF) negou-lhe habeas corpus preventivo. Baseada na condenação da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado, Moro determinou que Lula se apresente à Polícia Federal na capital paranaense até às 17h desta sexta-feira (6).

O juiz não esperou a apresentação dos embargos dos embargos que serão feitos pela defesa Lula ao TRF4 e a publicação do acórdão do STF sobre o julgamento do habeas corpus. Ou seja, nem na segunda instância o processo ainda transitou em julgado. Isto só demonstra a ânsia de prender o ex-presidente e o julgamento de exceção que vem sofrendo.

Manifestações – Para protestar contra esta flagrante arbitrariedade demonstrada com a decretação da prisão de Lula, serão realizadas em todo o país atos e protestos nesta sexta-feira (06). Na Bahia, devem ocorrer manifestações principalmente nas maiores cidades. Nos municípios onde há repetidora da TV Globo, a orientação é de que a atividade ocorra em frente às sedes da rede golpista.

Em Salvador, pela manhã, houve uma plenária no Sindae das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Depois os participantes saíram em caminhada e realizaram uma manifestação na entrada da Estação da Lapa. À tarde, a partir das 15 horas, será realizado um grande ato na região do Shopping da Bahia, antigo Iguatemi.

Desde ontem, militantes de partidos de esquerda, integrantes de movimentos sociais e apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dirigem para uma concentração na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. O ato estava programado para esta sexta à noite, mas foi antecipado por causa do anúncio da decretação de prisão.

Nota das centrais – Na verdade, o objetivo é tornar ex-presidente inelegível e impedir que viaje pelo país em campanha para as eleições presidencias deste ano. Lula será o primeiro preso político do regime de exceção instalado com o golpe de Estado de 2016. Diante da eminente prisão, as centrais sindicais divulgaram nesta quinta-feira uma nota de apoio a Lula. Leia abaixo:

Nota de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Nós sindicalistas das centrais sindicais (CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB) apoiamos e nos solidarizamos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Consideramos a decretação de sua prisão uma medida radical que coloca a sociedade em alerta.

Mais do que isso, estamos certos de que o objetivo real deste processo é tirar o ex-presidente Lula da disputa eleitoral de 2018. O fato de ter sido a tramitação mais célere da história do judiciário evidencia o teor persecutório da ação.

Vivemos no Brasil, nos últimos anos, um clima de perseguição política, que tem como pretexto o combate à corrupção, mas cujo objetivo maior é extirpar do jogo político qualquer programa que valorize a área social, o trabalho e a renda do trabalhador, e uma pauta progressista desenvolvimentista.

Mais do que isso, estamos certos de que o objetivo real deste processo é tirar o ex-presidente Lula da disputa eleitoral de 2018. O fato de ter sido a tramitação mais célere da história do judiciário evidencia o teor persecutório da ação.

Questionamos de forma contundente o fato de o ex-presidente ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região sem a apresentação das provas do suposto crime. Ressaltamos a trajetória de resistência e luta do ex-presidente.

Luta contra a miséria, contra o desemprego, contra a discriminação que travou em sua vida pessoal e como chefe de estado, promovendo uma incontestável melhoria de vida para milhões e milhões de famílias brasileiras.

Neste sentido, nosso esforço atual deve ser para garantir que haja eleições limpas e democráticas, e que elas sejam instrumento para defender nossa plataforma dos direitos sociais e trabalhistas e do desenvolvimento de nosso país.

Adilson Araujo, presidente da CTB

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)

Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

Fonte: FEEBBA

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