Nessa onda de destruição de imagem política promovida pela Lava Jato, diversos reflexos deletérios à democracia, simplesmente, minaram a possibilidade de perpetuação natural das mesmas pessoas no poder. Com isso, diversas medidas foram tomadas, a principal é a mudança das leis eleitorais que, na verdade, estão reduzindo a representatividade popular na Câmara dos Deputados. O distritão, aprovado na Comissão de Reforma Política, é uma dessas medidas.
Porém, outras práticas mais inteligentes, mas normalmente questionáveis, são aplicadas com o uso do marketing. Nesses, existem dois grupos de partidos, os que mudaram de nome para tentar apagar o nome “partido” e seu passado de negociatas e golpe de estado e outros, que mudaram de nome, para se tornar uma espécie de “novo” no cenário político. No segundo grupo, normalmente estão os partidos nanicos e legendas de aluguel que, oportunamente, estão tentando se tornar qualquer coisa maior do que são. Ou seja, partidos de aluguel, nome de aluguel, marketing de aluguel.
Na ânsia de se tornarem produtos mais palatáveis, o próprio PMDB é a maior piada nesse marketing oportunista de aluguel. O próprio DEM, que já foi PFL, que já foi PDS, que já foi ARENA, é o exemplo maior de imagem deteriorada por questões históricas. Veja:
DEM: Partido oriundo do antigo ARENA, que era o partido da situação na ditadura militar. Hoje, chamado de Democratas, já foi PFL (Partido da Frente Liberal) e eliminou o termo “partido” de seu nome, por questões de marketing, ainda na década de 2000. Agora, deve mudar para Centro Democrático.
PMDB: Com origem no antigo MBD, o Partido da Mobilização Democrática Brasileira, era a oposição chapa branca e permitida pelos militares, no período da ditadura. Hoje, protagonista de um golpe de estado, é um arremedo de sua origem, MDB, e seu presidente, Roméro Jucá, lançou a ideia de mudar o nome do PMDB, retornando a MDB. Como se retirar o termo “partido” fosse fazer alguma diferença no bueiro moral do partido.
PTN se tornou PODEMOS: Num dos primeiro casos de plágio ideológico e partido, o PTN (Partido Trabalhista Nacional) plagiou o ascendente PODEMOS espanhol, que se tornou a imagem do novo na Europa. Talvez seja o maior mico da política internacional, com repúdio em vídeo, inclusive, do fundador do PODEMOS original. A maior imagem do oportunismo no futebol, também o é na política, Romário é a imagem do “novo” do PODEMOS Brasil, onde até o golpe é paraguaio.
PTdoB agora é AVANTE: Partido de pouca representatividade na Câmara dos Deputados, teve uma atuação interessante contra o golpe parlamentar de estado de 2016. Seu principal expoente é o combativo deputado Sílvio Costa (PE). A mudança do nome está na categoria dos partidos que buscam se tornar o “novo”, dado a sua insignificância política no cenário nacional.
PEN mudará de nome para PATRIOTA: Seu viés ecológico que nunca existiu, dá lugar ao seu verdadeiro sentido de existência. Uma perfeita sigla de aluguel. O locatário da vez é o deputado Bolsonaro. Prova disso é o nonsense completo de mudança ideológica, antes era ecologista, agora é nazifascista.
PSDC mudou para Democracia Cristã: Partido do eterno candidato José Maria Eimael, o Partido da Social Democracia Cristã é uma verdadeira loucura ideológica. Como pode ser social democrata e cristão ao mesmo tempo? Agora, buscando seu lugar ao sol, deve escolher um nome insosso como os demais. Afinal, marketing é (quase) tudo.
PSB estuda mudar para Agora!: O Partido Socialista Brasileiro estuda mudar o próprio nome para “Agora!”, no intuito de abraçar o movimento político empresarial, ao qual Luciano Huck faz parte.
PP muda para Progressista: Aqui, a ideia é retirar o termo “Partido”, como ação de marketing. Na prática a estrutura partidária é a mesma, não passa de estelionato eleitoral.
PSL vira Livres: O caso do PSL, um tal de Partido Social Liberal, cujo nome é um sopa de antíteses, já que é impossível ser social e liberal simultaneamente, foi o primeiro partido diretamente comprado pelo setor bancário. Ao que afirmam, bancos como o Itaú, Bradesco e grande empresas varejistas estariam diretamente ligados na aquisição. Esse, talvez, seja a única novidade no cenário político nacional e no mundo.
Fonte: A Postagem
