Um dos aspectos mais importantes da Reforma Trabalhista era o fim do importo sindical, sem qualquer alternativa de renda ou transição para um modelo mais representatividade. Por exemplo, nos EUA, os sindicatos podem negociar acordos relativos a funcionários filiados, apenas, o que torna a sindicalização mais vantajosa que negociar pessoalmente com o patrão.
Com o fim do imposto sindical, os sindicatos passam a negociar por todos, sindicalizados ou não, obrigatoriamente. O fato tornou a sindicalização inútil, representando, sob a ótica dos funcionários ou autônomos, apenas um gasto a mais.
A Reforma Trabalhista então, buscou enfraquecer e impossibilitar as entidades representativas de categoria. O que se vê nessa fase da greve dos caminhoneiros é a fragmentação máxima da representatividade, ou seja, cada um se representa e coletivamente não há liderança. Em outras palavras, todos se representam e ninguém representa ninguém. Agora, negocia com quem?
O governo neoliberal de Michel Temer tentou construir o paraíso do capitalista em terra, um país em que os trabalhadores não tivessem entidades representativas fortes e outras categorias, que não tivessem entidades de classe, não construíssem suas instituições representativas. Essa construção ou desconstrução não ficou apenas na Reforma Trabalhista, foi além, houve um ataque massivo aos sindicatos. Vale lembrar que Lula, como maior sindicalista da história do país, está preso.
Para jogar o custo de produção no chão, era preciso legalizar a negociação individual, de modo a achatar os salários e enfraquecer ao máximo a população. Fragmentar a sociedade é o mantra da liberalização completa. Conseguiram, ao menos dentre os caminhoneiros autônomos, que sem entidade representativa, como a maioria dos que estão parados, sem filiação e impossibilitados de criar suas entidades representativas, o paraíso neoliberal se tornou o inferno. Retomo a pergunta: Agora, “meu chapa”, negocia com quem?
Fonte: A Postagem
