Bancários e Fenaban fazem primeira rodada de negociação na quinta 28

A primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) será realizada na quinta-feira 28. A categoria tem data-base em 1º de setembro e cobra das instituições financeiras aumento real, PLR maior, mais empregos e respeito a todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT.

Em 2016 foi assinado um acordo com validade de dois anos, ou seja, até 31 de agosto de 2018. Mas tão logo a ‘reforma’ trabalhista de Temer foi aprovada, alterando a legislação e retirando direitos, teve banco já abusando. Há situações em que bancários estão sendo dispensados sem a devida homologação feita nos sindicatos, sem saber se estão recebendo tudo que lhes é devido de acordo com a CCT da categoria, que tem validade nacional para empregados de bancos públicos e privados. Isto gera grande preocupação.

Assim, nessa primeira mesa de negociação, os representantes dos bancários irão reforçar a pauta de reivindicações e também, cobrar a ultratividade dos direitos adquiridos, ou seja, que a CCT continue valendo até a assinatura de um novo acordo. Mais que isso, os bancários querem assinar a CCT este ano, com todos os direitos conquistados em anos de muita luta.

O movimento sindical não vai recuar com as conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho, com validade nacional, que este ano completa 27 anos. O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil [Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander], nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 20,3 bilhões, com crescimento de 18,7%. Será pedido maior responsabilidade social do setor, para contribuir com a geração de empregos do país e eles podem fazer isso contratando mais e oferecendo taxas de juros mais baixas para a população e o setor produtivo.

Bancos podem e devem

Apesar da crise que assola o Brasil, agravada pelo golpe de 2016, os bancos brasileiros seguem ganhando muito, como sempre. A soma do lucro dos cinco maiores (Bradesco, Itaú, Santander, BB e Caixa), em 2017, alcançou a cifra de R$ 77,4 bilhões, crescimento da ordem de 33,5% em 12 meses.

O movimento sindical não acha ruim que os bancos lucrem. O ruim é ganharem tanto e sem retorno para a população, com esses juros escorchantes que tiram recursos da sociedade e com demissão de trabalhadores e fechamento de agências. Assim só eles ganham.

E, mesmo com tanto ganho, demitem. Somente em 2017, o setor que está entre os que mais ganham no Brasil, extinguiu 17.905 postos de trabalho. E entre janeiro e maio de 2018, já foram mais 2.675 postos fechados. São trabalhadores jogados na calçada da crise por instituições que estão com ótima saúde financeira. Isso é injustificável, é desumano. E é com esse espírito de cobrar dos bancos respeito aos bancários e seus direitos, mas também aos clientes e a toda população brasileira, que os dirigentes irão para essa primeira rodada de negociação com a certeza de que as instituições financeiras brasileiras podem e devem atender às reivindicações de seus empregados.

Fonte: Movimento Sindical

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