Forças Armadas querem compensação para entrar na Previdência
Em meio à reforma da Previdência, militares negociam revisão da carreira
O governo Jair Bolsonaro conseguiu costurar um acordo com a cúpula das Forças Armadas e deve enviar ao Congresso Nacional a proposta de aumentar, de 30 para 35 anos, o tempo mínimo de serviço.
No cardápio de negociações, os militares incluíram a proposta de uma reestruturação da carreira. Integrantes de alta patente das Forças Armadas consideram que a carreira está defasada em relação a outras típicas de Estado, como a da Receita Federal.
A Casa Civil e militares do Palácio do Planalto, que rejeitavam a inclusão dos militares na reforma da Previdência, foram convencidos da necessidade de que todos tenham regras de aposentadoria mais rígidas.
Antes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estava praticamente isolado na busca de uma reforma da Previdência ampla, que atingisse também os militares. (…) A equipe econômica convenceu a ala do Planalto, até mesmo ministros militares contrários à proposta. Embora tenham aceitado a reforma, as Forças Armadas ainda negociam benefícios em troca, principalmente o aumento salarial. (…)
Segundo relatos feitos à Folha, o vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva, foi um dos principais articuladores de um acordo, sobretudo com a cúpula militar. (…)
O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, encontrou-se com Guedes nesta quarta-feira (30). Entre os pedidos, o general reivindicou a reestruturação das carreiras das Forças Armadas.
“Temos uma defasagem salarial. Coloquei isso na mesa. O presidente Bolsonaro é um profundo conhecedor disso”, disse o ministro à Folha.
Guedes ainda não respondeu à reclamação. (…)
Fonte : Conversa Afiada com informações da Folha

