Os bancos não podem impor o teletrabalho aos bancários sem a garantia de direitos, como querem fazer. Antes de estabelecer a modalidade precisam definir bem as regras, sem prejudicar os trabalhadores. Não podem, por exemplo, reduzir os salários ou ampliar a jornada. Justamente por isso, o assunto está na pauta de reivindicações da categoria na campanha nacional deste ano.
Uma pesquisa prévia realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas) revela que ainda há muito a ser definido e melhorado. É o caso do material de trabalho: 68,1% dos bancários que estão em home office por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus falam que falta equipamento adequado para evitar danos físicos.
Segundo 32,5% dos entrevistados, os bancos não disponibilizam qualquer material necessário para o trabalho à distância e apenas 19% dizem ter algum cômodo apropriado para o trabalho em casa.
A cobrança excessiva e jornada extensa são outros problemas. Quase 73% revelam que estão sempre ocupados com as atividades laborais e têm medo de serem demitidos ou esquecidos. Sintomas como dores musculares, cansaço e fadiga constante são comuns.
As mulheres são as mais prejudicadas. Entre as que têm filhos, 42,1% argumentam que é muito difícil cuidar das crianças, que estão em casa por conta da suspensão das aulas, da casa e ainda dar conta da demanda extremamente excessiva dos bancos. Realmente, é demais.
Fonte: Movimento Sindical

