Uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que o trabalho remoto gerou aumento das despesas dos bancários com água, gás, internet, energia e supermercado. Em contrapartida, os bancos tiveram redução de custos. Mesmo assim querem impor perdas salariais e de direitos aos funcionários.
O levantamento revela que a conta de energia aumentou para 78,6% dos bancários que estão teletrabalho, sendo que 31% viram a despesa aumentar muito.
Outro dado que chama a atenção são os gastos com supermercado. Houve alta de despesas para 72% dos trabalhadores do setor, sendo que para 34,9% aumentou muito. Mas, os bancos ignoram e querem reduzir os valores mensais da cesta-alimentação paga aos bancários e deixar de pagar a 13ª cesta.
Não é só isso. Também querem reduzir os valores da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o percentual pago como gratificação de função.
Economia
Em contrapartida, os quatro maiores bancos do país tiveram redução dos custos. O Bradesco, por exemplo, conseguiu economizar R$ 32 milhões com contas de água, luz e gás no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019, uma redução de 13,7%. No BB, a economia com os itens foi de R$ 22 milhões, uma variação de – 8,2%. Os bancos conseguiram economizar ainda com vigilância e segurança e, principalmente, com viagens, com uma economia de mais de 43% (R$ 163 milhões).
Proposta indecente
Os dados não deixam dúvidas. Os bancários estão tendo custos maiores e os bancos menores. Mas, nas negociações realizadas nesta semana entre a Fenaban apresentou propostas que podem levar mais perdas aos trabalhadores. As reduções de rendimentos podem chegar a 7,9%, sem contar a inflação, uma vez que os bancos não querem reajustar os salários e demais verbas.
Sem contar a inflação, considerando o salário médio recebido por um bancário que cumpre a jornada de 40h semanais, as perdas chegariam a R$ 13.282,57 na remuneração anual (menos R$ 4.010,30 da gratificação; menos R$ 636,17 da 13ª cesta e menos R$ 8.636,10 da PLR).
PLR
Com a forçada queda do lucro dos bancos, a PLR dos bancários já teria uma redução de até 25%. Mas, com a proposta da Fenaban, a queda pode chegar a 48%. Os bancos querem reduzir de 7,2% para 7% o limite mínimo de distribuição do lucro líquido no primeiro semestre em exercício. Além disso, a antecipação atual, que é de 54% do salário, mais fixo de R$ 1,474,38, com limite individual de R$ 7.909,30, pela proposta da Fenaban, fica em 43,2% do salário, mais fixo de R$ 1.179,50, com limite individual de R$ 6.327,44.
A regra básica da PLR anual é atualmente de 90% do salário mais fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18. Pela proposta da Fenaban, cairia para 72% do salário mais fixo de R$ 1.965,83, com limite individual de R$ 10.545,74.
Fonte: Movimento Sindical

