A pandemia causada pelo coronavírus ampliou a desigualdade econômica global. Se por um lado 400 milhões de trabalhadores perderam o emprego, por outro, as 32 empresas mais lucrativas do mundo elevaram o lucro em até R$ 577 bilhões a mais em 2020, na comparação com o período dos anos anteriores.
Os dados da Oxfam Brasil, presentes no relatório “Poder, Lucros e Pandemia”, ainda reforçam que a base mais alta da pirâmide sentiu pouco os efeitos da crise. Como muitos dos bilionários também são alguns dos maiores acionistas das empresas que aumentaram a lucratividade, a fortuna dos 25 mais ricos do mundo cresceu em R$ 1,3 trilhão, entre meados de março e final de maio.
Mas, engana-se quem pensa que os ricaços compensaram a alta nos lucros para pagar mais impostos ou fazer mais filantropia. Segundo a estimativa da Oxfam, as doações realizadas pelas maiores empresas do mundo durante a pandemia representaram, em média, 0,32% da sua receita operacional em 2019.
Se fosse cobrado um tributo sobre lucros durante a pandemia, o valor poderia ser usado no combate ao coronavírus. Estima-se que se consideradas somente as 32 empresas globais que mais estão lucrando neste período, poderiam ser geradas receitas de R$ 551 bilhões, neste ano, para fazer frente à Covid-19.
Fonte: Movimento Sindical

