Mais de dois mil empregados da Caixa serão retirados com o PDV (Programa de Desligamento Voluntário). Apesar do número estar abaixo do estimado pelo banco (7.294), vai agravar e, muito, o déficit de trabalhadores e prejudicar o atendimento à população.
Serão mais de 20 mil trabalhadores a menos na instituição financeira, que precisa cada vez mais de pessoal para atender os clientes. A defasagem chamou ainda mais atenção durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, pois as filas na porta das agências foram notícia por muito tempo. Para não deixar ninguém sem atendimento no final do dia, os funcionários chega a cumprir uma jornada exaustiva de 14 horas, mesmo sem o menor reconhecimento.
No período de calamidade pública, mais de 100 milhões de pessoas são atendidas nas unidades do banco, mensalmente, para receber os benefícios emergenciais. A intensidade de trabalho dos bancários só aumenta a cada ano. Enquanto a quantidade de clientes cresce, a de empregados só diminui. A reposição é solução.
Em 2007, a média era de 575,7 correntistas por funcionário. Já em 2019, chegou a 1.228,3 clientes para cada trabalhador. Os números reforçam que a sobrecarga é rotina dos empregados da Caixa. Diariamente, sofrem por pressões de todos os tipos, como venda de produtos e metas inalcançáveis, e ainda correm risco de serem contaminados.
Com o PDV, o problema só vai piorar. Mas, o governo e a atual gestão da Caixa não estão interessados em convocar os aprovados no último concurso, de 2014. Pelo contrário. Convocou apenas cerca de 300, quantidade muito aquém da necessidade, depois do movimento sindical obter vitória na Justiça.
Fonte: Movimento Sindical

