Mesmo sem mostrar números comprovando o peso que o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) teve em sua política de investimentos, as empresas defenderam o programa que o governo encerrou no final de 2015.
Para muitas delas, o subsídio permitiu antecipar investimentos e, em alguns casos, o peso do programa chegou a 20% dos investimentos.
Foi o caso da Klabin, empresa do setor de papel. A companhia informou que apresentou seis projetos de ampliação e manutenção de suas plantas industriais, informando que o PSI, que representou 20% dos seus investimentos, “certamente” contribuiu para a viabilidade econômica dos projetos. “A ausência do PSI levaria a uma revisão [da viabilidade dos investimentos]”.
O peso do programa também foi relevante na Embraer. A empresa informou que o PSI colaborou com 18% dos investimentos totais.
A Raizen, empresa do Grupo Cosan no setor energia, afirmou que usou os recursos para aumentar sua capacidade produtiva. A Rumo, outra empresa do grupo, disse que usou os recursos na aquisição de 93 novas locomotivas e mais de 1.600 vagões.
A MRS Logística, que recebeu R$ 680 milhões em desembolsos efetivos do PSI, e disse que, por isso, aumentou os investimentos em relação às receitas da empresa.
A JSL informou que no período do PSI a empresa cresceu, tornando-se a maior em logística do país. A empresa adquiriu 22 mil equipamentos pelo programa, mas que fez mais investimentos com outros recursos do que pela linha subsidiada.
A WEG, produtora de máquinas e motores, informou que 93% dos recursos que recebeu foram para financiamento às exportações que se expandiram “significativamente” no período e hoje respondem por 30% da receita da companhia.
A CBC, que fabrica equipamentos de grande porte, informou que os “empréstimos foram primordiais para competir em igualdade com fornecedores estrangeiros que utilizam o apoio de bancos de fomento de seus países”.
A Thyssenkrupp informou que o crédito foi para a produção de componentes automotivos e para sua nova siderúrgica no Rio de Janeiro.
A telefônica Oi informou que cumpriu as regras para o crédito e que a redução do fluxo do PSI não afetou seu acesso ao dinheiro.
Sua concorrente TIM informou que investiu no país R$ 25,5 bilhões no período, o que corresponde a 25% das suas receitas. A companhia levantou cerca de R$ 1 bilhão via PSI e ressalta que os investimentos tiveram “alto grau de conteúdo nacional”.
A NET informou que acessou R$ 1,1 bilhão das linhas para ampliar sua rede.
A Vallourec, produtora de equipamentos para o setor de petróleo, informou que conta com financiamentos de diversas fontes. A Mercedez-Benz informou que fez investimentos com recursos do PSI em fábricas e desenvolvimento de produtos no país.
A Randon, produtora de equipamentos para o setor automotivo, afirmou que o PSI “foi um dos fatores responsáveis por impulsionar as vendas e promover expansão de capacidade” e para sua internacionalização.
João Emílio Rochetto, presidente do grupo agroindustrial Rocheto, informou que o PSI foi essencial para o crescimento do agronegócio no país e que a aquisição de máquinas com esses recursos “guardam estreita relação com as melhorias tecnológicas requeridas nos processos de nossas atividades”.
A Azul, a Amsted Maxion, a Romi SA, a Tupy SA, a John Deere e o agroindustrial Eloi Marchett informaram que não comentariam. As outras empresas e pessoas citadas não responderam.
Fonte: Folha de S.Paulo
