Sob o comando de Petro Parente, desde que Michel Temer assumiu a presidência, o Conselho de Administração da Petrobras deve aprovar ainda este mês a venda de 90% da “sua maior e mais lucrativa malha de gás”, destaca a Federação Única dos Petroleiros, que protesta contra a negociação; “Corremos, portanto, o risco do transporte desse produto estratégico ser monopolizado por uma multinacional. Não só a Petrobrás, como qualquer outra empresa que produzir petróleo no país será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região Sudeste”, alertam ainda os petroleiros, pela entidade coordenada por José Maria Rangel
Depois da revolta pela venda do campo de Carcará, do pré-sal, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), coordenada por José Maria Rangel, reage agora contra a privatização do gás pela Petrobras. A estatal está sob o comando de Pedro Parente desde quando Michel Temer assumiu o Palácio do Planalto.
O Conselho de Administração da Petrobras deve aprovar ainda este mês a venda de 90% da “sua maior e mais lucrativa malha de gás”, alerta a FUP, em nota, que protesta contra a negociação. “A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, está na iminência de ser entregue a um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense Brookfield Asset Management”, diz nota da entidade.
“Corremos, portanto, o risco do transporte desse produto estratégico ser monopolizado por uma multinacional. Não só a Petrobrás, como qualquer outra empresa que produzir petróleo no país será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região Sudeste”, alertam ainda os petroleiros.
Leia a íntegra da nota, publicada nesta terça-feira:
Privatização da TAG/NTS: perde o país, perde a indústria nacional, perde o consumidor!
Como já vem sendo noticiado pela imprensa, o Conselho de Administração da Petrobrás deve aprovar ainda este mês a venda de 90% da sua maior e mais lucrativa malha de gás. A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, está na iminência de ser entregue a um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense Brookfield Asset Management.
Corremos, portanto, o risco do transporte desse produto estratégico ser monopolizado por uma multinacional. Não só a Petrobrás, como qualquer outra empresa que produzir petróleo no país será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região Sudeste. Isso ganha contornos ainda mais graves, se levarmos em conta o crescimento da produção de gás natural, com a exploração do Pré-Sal, cujas jazidas estão justamente no Sudeste.
Assim como aconteceu nas privatizações das distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa conta. Além do consumo doméstico, o gás natural é utilizado pela indústria e cada vez mais presente na matriz energética, através das termelétricas. Perde o país, perde a indústria nacional e perde o consumidor.
Além disso, a venda da NTS desarticula a Petrobrás como uma empresa integrada de energia, processo que se consolidou em dezembro de 2006, com a implantação da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária criada para unificar o transporte de gás natural em todo o país. No início de 2015, a empresa foi dividida em duas: a Nova Transportadora do Sudeste e a Nova Transportadora do Nordeste (NTN). Os petroleiros chegaram a alertar que o objetivo dos gestores era a privatização.
Entregar a um grupo de investidores estrangeiros a maior malha de gás do país é crime de lesa-pátria.
O povo brasileiro está perdendo soberania e perspectivas de um futuro melhor diante da privatização das principais empresas do Sistema Petrobrás. Fizeram isso com a Gaspetro e caminham para fazer o mesmo com a BR Distribuidora, a Liquigás e toda a malha de gás.
No rastro, virão outros ativos estratégicos, como já aconteceu com Carcará. Pedro Parente anunciou, inclusive, a intenção de privatizar também a Transpetro e as refinarias. Podemos perder muito mais ainda se a Câmara dos Deputados Federais aprovar o projeto que tira da Petrobrás a operação do Pré-Sal.
Estamos, portanto, diante da liquidação do maior patrimônio nacional. O desmonte da Petrobrás será o desmonte do país. Os petroleiros têm travado imensas batalhas para impedir que esse crime se consolide. Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos sozinhos. Ou a sociedade se levanta contra a entrega da Petrobrás e do Pré-Sal, ou o Brasil perderá de vez o seu futuro.
Federação Única dos Petroleiros
Fonte: Brasil 247
