E esse acordo “para dois anos” ?

Temos que ter a clara compreensão do momento econômico que passamos, é notório que “há umaCCT 2016 conta” para ser paga, herança dos desmandos recentes verificados no país. Também temos que ter a clareza que a categoria bancária representa um poder de compra muito significativo na economia nacional pois é notório que, no mês do nosso dissídio, recebemos reajuste mas também “tudo sobe” bem nesse mês.

O acordo para dois anos diante desse contexto garante algumas conquistas, aumento real para 2017 e afastamento do modelo (% + abono) apresentado pela FENABAN o qual todos sabemos que não é o ideal. Tudo isso o torna uma opção longe do que se deseja mas muito próxima do melhor que seria possível.

Assim como os salários, vales alimentação, refeição, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche, PLR e demais verbas, tudo será reajustado em 2017 de acordo com a inflação mais 1% de aumento real. Ou seja, independentemente de quanto for a inflação (5%, 8%, 10%, o que for), os bancários terão direito à reposição desse índice mais 1% de aumento real.

Outras categorias no Brasil mantêm esse tipo de acordo ou já fizeram no passado. É o caso dos metalúrgicos do ABC e em outras cidades com grandes empresas como Volks, Toyota e Renault, dos trabalhadores de calçados em Franca, comerciários do Rio de Janeiro, do Acre, da construção civil em várias cidades do país, de setores de processamento de dados, transporte, vestuário, vigilantes. Também no exterior temos esse “modelo”: Correios no Canadá, Construção Civil no Reino Unido e na gigante de telecomunicações Verizon nos EUA.

Há que se considerar também que esse acordo para dois anos evitará o “desgaste da greve” já com a garantia de um ganho digno acima da inflação para o próximo ano.

E o Ganho Real neste ano ? 
Primeiro é importante frisar que nossa greve chegou ao máximo que ela conseguiria antes do recurso ao judiciário.

Sempre foi e sempre será nossa “bandeira de luta” o Ganho Real mas novamente precisamos entender a conjuntura atual, nossos tickets (Alimentação e Refeição) tiveram reajuste acima da inflação tendo assim seu poder de compra preservado.

O abono oferecido mesmo depois de sofrer os devidos descontos legais tem sua incidência matemática nos salários, apesar de não ter incidência econômica uma vez que não é incorporado.

Há que se considerar também que como temos um “acordo para dois anos” temos que calcular tudo em conjunto já com base no reajuste do próximo ano que garantirá “Ganho Real” diluindo assim a perda de agora, ainda sim “fica faltando” e esse deverá ser nossa principal “bandeira de luta” para 2018.

Fonte: SEEB-SP

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