BB e bancários são vítimas da interferência de Bolsonaro

Além de cancelar comercial com jovens negros, banco cortou programa interno de equidade de gênero e desqualificou exigência de cursos sobre diversidade e prevenção ao assédio moral e sexual em processos seletivos internos do banco

A proibição da veiculação de um comercial do Banco do Brasil voltado para os jovens é a parte mais visível de uma política de desmonte do banco público, que vem sendo colocada em prática após o governo federal ter indicado Rubem Novaes para a presidência da instituição.

O veto da publicidade vai além da discriminação. É a confirmação da política que o banco vem implantando neste governo, que prejudica os funcionários e a própria instituição. Neste caso, além de perder o dinheiro utilizado na produção, deixou de atingir o público para o qual a campanha era direcionada e gerou uma reação contrária, com manifestações de pessoas que pretendiam encerrar suas contas no banco.

Essa política restritiva e de interferência no banco afeta não só a publicidade, mas a geração de novos negócios. Os bancários e o BB são vítimas de um governo que não pensa na sociedade brasileira.

Defesa do banco púbico

O Banco do Brasil, como banco público, é uma instituição que contribui para o desenvolvimento do país e assim deve continuar. É um banco que mantém agências em localidades onde os bancos privados não têm interesse. Possibilita o acesso da população aos serviços bancários e ajuda a promover o desenvolvimento nas regiões que mais precisam.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Banco do Brasil, juntamente com o Banco do Nordeste, detinha cerca de 70% da carteira de crédito rural, no Plano Safra 2016-2017, principalmente daqueles concedidos à agricultura familiar, que é a responsável pela produção da maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros. A redução do crédito dos bancos públicos para agricultura familiar significa comida mais cara na mesa dos brasileiros.

Igualdade de oportunidades

O Banco do Brasil possui 22,8% (22.654) do total de funcionários negros (pretos e pardos) e indígenas. Na divisão por gênero, as mulheres representam 41,39% do quadro funcional, apesar de serem apenas 4,84% nos cargos de comando. Mas, além do veto à publicidade, nestes poucos meses da gestão Rubem Novaes o Banco do Brasil cortou programas de equidade de gênero no BB e surgiu o problema com a exigência de cursos sobre diversidade e prevenção ao assédio moral e sexual em processos seletivos da Previ. Sem contar o histórico de postagens misóginas, preconceituosas e machistas que ele fez nas redes sociais.

Estas medidas são ainda mais críticas em um momento em que o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional do Bancos (Fenaban) trabalham em conjunto pela implantação de um programa de capacitação da categoria sobre questões de diversidade.

Fonte: Movimento Sindical

 

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