Sindicato está acompanhando o tema e já solicitou negociação com o banco.
Na última semana, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e região recebeu denúncias de que o Banco do Brasil emitiu um comunicado informando que, a partir de 30 de julho, os trabalhadores de áreas administrativas e operacionais do banco precisariam utilizar seus telefones celulares pessoais para a autenticação de identidade em duas etapas, necessária ao uso do sistema operacional. A entidade verificou, inclusive, que a exigência já acontece nas agências há algum tempo.
Sob a justificativa de que a ação é necessária por medida de segurança, os trabalhadores estão sendo orientados a fornecer o número de telefone pessoal e a utilizar o próprio aparelho no trabalho. Segundo os relatos dos bancários que chegaram até o Sindicato, ao questionarem o suporte técnico, a resposta obtida é que a verificação em duas etapas é necessária, portanto, ou utiliza-se o celular ou trabalha-se presencialmente, mesmo com a permanência da pandemia de Covid-19. A categoria reivindica que, se um aparelho de celular é necessário para a segurança do trabalho, que seja fornecido pelo banco.
“Sabemos que o uso não é obrigatório, porém, a recusa acarreta a necessidade de realizar um procedimento demorado e diário junto à gerência, o que acaba sendo entendido como uma coação”, explica Ana Smolka, representante do Paraná na CEBB, que negocia com o banco. “Se o BB precisa de uma autenticação de segurança em duas etapas, que a faça diretamente em seus sistemas ou forneça o equipamento necessário, mas não solicite o uso do celular particular. Além da privacidade, devemos considerar que nem todos têm aparelhos adequados ou querem ter”, acrescenta.
“Sabemos que a implantação unilateral dessa exigência tem a ver com a vigência, a partir de 01 de agosto, da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ao que parece, o BB tenta empurrar aos funcionários a solução de um problema que é seu, ou seja, quer se colocar “dentro da lei” sem investir em segurança plena. Assim, transfere ao funcionário o ônus da necessidade deste investimento”, avalia Pablo Diaz, secretário de Formação da Fetec-CUT-PR, ao cobrar que o banco negocie o tema.
A Comissão de Empresa do Banco do Brasil (CEBB) já solicitou ao banco a inclusão do tema na pauta da mesa de negociação permanente, prevista no ACT, para tratar este e outros assuntos pendentes. Além disso, o Sindicato informa que está acompanhando a situação e recebendo denúncias sobre o tema.
Fonte: SEEB Curitiba

