A Caixa tentou negar, na mesa de negociação permanente nesta quinta-feira (03/12), a existência de uma reestruturação, mas não conseguiu. Na oportunidade, a CEE (Comissão Executiva dos Empregados) do banco reforçou que não houve planejamento para o processo.
Sem desmentir os boatos, a direção da empresa confirmou a extinção das Gitecs (Gerências de tecnologia). Os trabalhadores passarão a trabalhar nas centralizadoras, mas, inicialmente, não vão mudar de município.
Os prédios estão sendo desocupados, com o intuito de levar todas as SRs, SUVs, SEVs e as gerências Executivas de Governo (Gigov) e de Habitação (Gihab) para os espaços das agências. As estruturas serão mantidas, mas dentro de alguma unidade.
Sobre a reabertura do PDV, a CEE considera mais uma forma de pressionar a adesão dos empregados ao Programa de Desligamento Voluntário, porque o banco está anunciando o recolhimento de funções. Ou seja, diz aos trabalhadores que terão o cargo incorporado e será deslocado para uma agência, desprezando toda competência que os bancários já tem nas áreas meios onde já trabalham.
No quesito teletrabalho, a Caixa não apresentou nada referente ao ressarcimento e nem aceita o registro do ponto. Para a CEE, é possível a discussão sobre flexibilizar a jornada, mas o ponto tem que ser registrado, como tem acontecido nos acordos dos outros bancos.
Também colocou na proposta de bancos horas a possibilidade de compensação em até 12 meses, o que, na prática, significa que ninguém receberá mais horas extras em espécie. A posição da CEE é que não dá para discutir sem bater ponto e sem um debate de percentual de horas extras. Pelo menos, a instituição financeira anunciou que o projeto de trabalho remoto, que estava previsto até 31 de dezembro, será prorrogado até 21 de janeiro de 2021.
Outras pendências
Durante a reunião, a direção da Caixa afirmou que o PQV não é um programa de metas. No entanto, a CEE reforçou que o Programa de Incentivo às Práticas de Vendas responsabiliza o empregado que trabalha para alcançar as metas abusivas e adoecedoras impostas pela própria empresa.
A orientação é que os trabalhadores fiquem atentos às manobras do banco para não ter notas negativas, mesmo batendo metas. Os representantes dos bancários insistiram sobre a contratação de novos empregados e a Caixa não deu nenhuma previsão.
Na negociação, foi informado que está sendo feita uma minuta para a renovação do acordo da CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) sobre ao auxílio alimentação. Ainda será agendada reunião do GT Promoção por Mérito na próxima semana e foi firmado compromisso de fazer a portaria nomeando os integrantes do GT Saúde Caixa. Antes do Natal haverá nova reunião.
A Comissão Executiva de Empregados fez um protesto porque a Caixa não se posicionou sobre a charge publicada no jornal A Tarde, que equiparou os empregados a um bicho preguiça. Porém, os representantes da instituição financeira não deram nenhum retorno sobre a situação.
Fonte: Movimento Sindical