Assembleia realizada na manhã de ontem (21) reuniu 4 mil trabalhadores no CMTC clube, zona norte de SP
Em assembleia realizada ontem (21) na zona norte de São Paulo, os carteiros da cidade decidiram pela continuidade da greve deflagrada na terça-feira (15). Cerca de 4 mil trabalhadores dos Correios (ECT) participaram da assembleia, depois que um grupo de 100 carteiros saiu em passeata desde o complexo da empresa na Vila Maria, também na zona norte, até o local da reunião.
A categoria reivindica reposição de inflação, de 9,5%, mais aumento real de 10%. A data-base é agosto. Mas no país os carteiros estão divididos. De 36 sindicatos que os representam, 17 não estão apoiando a greve. Por conta dessa divisão, a empresa entrou na quarta-feira (16) com pedido de julgamento coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
A proposta do TST prevê reajuste linear de R$ 200 em forma de gratificação (R$ 150 em agosto de 2015 e R$ 50 em janeiro de 2016), o que representa um aumento de cerca de 15% sobre o salário base inicial dos agentes de Correios (R$ 1.676,34). Dos sindicatos que não estão em greve, 16 aceitaram a proposta do TST.
Mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP), Elias Cesáreo, o Diviza, afirma que a divisão da categoria é menor do que a empresa tem divulgado, porque duas das maiores praças, São Paulo e Rio de Janeiro, estão com maior adesão à greve. Hoje, também, segundo o sindicato, houve assembleias em Bauru e Rio de Janeiro, que votaram pela continuidade do movimento.
Na quinta-feira (24), os carteiros planejam realizar uma nova manifestação, com concentração no vão livre do Masp, na avenida Paulista, a partir de 14h. De lá, os carteiros vão sair em passeata até o Vale do Anhangabaú, onde realizam nova assembleia. Segundo Diviza, o movimento vai contar com apoio do interior, como Sorocaba, Vale do Paraíba, São José do Rio Preto, Bauru e Campinas. “Vamos reunir entre 8 mil e 9 mil pessoas”, afirma o líder sindical.
Uma nova reunião no TST será realizada na sexta-feira. Diviza afirma também que a categoria é contra o reajuste de R$ 200 em forma de gratificação. Ele diz que o reajuste deve ser incorporado ao salário. Afirma também que outro ponto sensível da negociação está ocorrendo com o plano de saúde. Atualmente, os trabalhadores pagam 10% da despesa médica, com um teto de dois salários, e a empresa quer acabar com o teto.
Ontem (21), os trabalhadores dos Correios de Brasília decidiram, em assembleia, encerrar a paralisação e aceitar a proposta de acordo coletivo apresentada pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra.
Em nota, os Correios afirmam que as agências estão abertas e os serviços, inclusive a entrega de Sedex e o Banco Postal, estão disponíveis — com exceção dos serviços com hora marcada interestaduais –, mas atrasos podem ocorrer.
Fonte: Rede Brasil Atual
