A pandemia não abalou o sistema financeiro. Pelo contrário. Os bancos reduziram despesas e o lucro continua elevado. Mas, para os bancários, o que era ruim, piorou. A pressão por metas e o assédio moral dispararam e muitos têm de tomar medicação de uso restrito e controlado para aguentar o ritmo alucinante e enloquecedor.
É difícil manter a saúde mental em um ambiente tão perverso. Além das cobranças, há ainda o medo de perder o emprego. As empresas não aliviam. Em 12 meses foram fechados mais de 12 mil postos de trabalho. O Bradesco é responsável por 60% dos cortes.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico) calcula que Bradesco, Caixa e Banco do Brasil fecharam, juntos, 16.439 vagas durante a pandemia. O resultado é visto por todos nas agências superlotadas.
O Movimento Sindical denuncia que “35% dos trabalhadores do setor estão tomando remédio controlado por conta das cobranças por resultados. Se as metas por algum motivo não forem cumpridas, os trabalhadores são ameaçados de demissões.
O alto índice de adoecimento atinge também os bancos públicos, que repetem a postura perversa das empresas privadas, elevando as denúncias de assédio moral e doenças, como síndrome do pânico, depressão, ansiedade, Síndrome de Burnout.
A avaliação do Movimento Sindical é de que as estatais tenham perdido 40 mil postos de trabalhos nos últimos quatro anos. Para contar a “sangria” de demissões e assédio, a saída tem sido recorrer à Justiça.
Fonte: Movimento Sindical

