O Banco do Brasil (BB) obteve lucro líquido ajustado de R$ 1,747 bilhão no quarto trimestre de 2016, resultado 34% inferior ao obtido no mesmo período do ano anterior. O número exclui o impacto das despesas não recorrentes de
R$ 1,401 bilhão com o plano de aposentadorias incentivadas lançado pela instituição.
O lucro contábil, que inclui itens extraordinários, foi de R$ 963 milhões, com redução de 61,6% em relação aos três últimos meses de 2015.
No ano passado como um todo, o lucro ajustado foi de 7,171 bilhões, o que representa queda de 38,2%. Analistas consultados pelo Valor previam lucro ajustado de R$ 2 bilhões para o BB entre outubro e dezembro.
As ações do banco, no entanto, estão entre as maiores altas do Ibovespa no dia. Às 14h49, BB ON avançava 2,45%, para R$ 32,64, frente às expectativas do mercado para o desempenho da instituição este ano.
A margem financeira bruta somou R$ 15,333 bilhões no quarto trimestre, o que representa alta de 7,5% na comparação com igual intervalo do ano anterior. A renda de tarifas avançou 6,3%, para R$ 6,361 bilhões.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos somaram R$ 6,636 bilhões nos três últimos meses do ano passado, com alta de 9% frente ao terceiro trimestre e de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Retorno ajustado
O BB apresentou retorno sobre o patrimônio líquido anualizado ajustado (ROAE) de 7,2% no quarto trimestre do ano passado. Em 2016 como um todo, ficou em 7,5%. O retorno ajustado havia sido de 12% no quarto trimestre de 2015.
O presidente do BB, Paulo Caffarelli, tem afirmado que o objetivo é levar o retorno da instituição, no médio prazo, a um patamar parecido com o dos grandes bancos privados. Ou seja, em torno de 20%. Para isso, tem apostado em medidas de melhoria da eficiência operacional.
Caffarelli, no entanto, conseguiu entregar no quarto trimestre outra de suas metas — a de elevar o capital principal do BB a 9,5% até 2019.
O BB fechou o ano passado com 9,6% de capital principal, aquele considerado de melhor qualidade, ante 9,1% em setembro e 8,2% em dezembro de 2015.
O índice de Basileia aumentou para 18,6% no fim do ano passado, ante 17,6% em setembro e no fim do ano anterior.
Expectativas
Em relatórios divulgados nesta manhã, analistas de diversas casas destacaram como ponto positivo da divulgação de resultados as metas traçadas pela instituição para 2017.
Para o Goldman Sachs, a meta do BB para o lucro líquido em 2017 parece ser “conservadora e alcançável”. O Banco do Brasil divulgou hoje uma projeção de lucro líquido ajustado para este ano entre R$ 9,5 bilhões e R$ 12,5 bilhões. Em 2016, o resultado foi de R$ 7,2 bilhões.
Pelos cálculos do Goldman Sachs, o banco atingirá R$ 10,1 bilhões de lucro neste ano, com parco crescimento do crédito, menores despesas com provisão para crédito e uma pequena pressão na margem.
O Credit Suisse também considerou os números do BB em linha com o esperado e prevê um resultado de R$ 11,6 bilhões.
Para o BTG Pactual, as projeções para 2017 foram o ponto alto da divulgação de resultados do BB, apesar de não acompanharem as previsões mais otimistas feitas para provisão de crédito e despesas.
O ponto que deixou a desejar, segundo o BTG, diz respeito à rentabilidade. Os analistas dizem que a recuperação do retorno está acontecendo, mas de forma gradual. A rentabilidade do BB em 2016 foi de 7,5%. A preocupação dos analistas está relacionada à qualidade dos ativos.
Fonte: Valor Econômico
