Diante do corte na taxa básica de juros (Selic), anunciado ontem, investidores devem ficar atentos às taxas de administração cobradas por fundos de renda fixa. Uma taxa alta pode comprometer o rendimento e, em casos extremos, até causar prejuízo para o investidor que buscava segurança.
Um fundo de renda fixa do Santander, por exemplo, cobrava uma taxa de administração de 5,5% ao ano, patamar igual ao da Selic. Após um usuário do Twitter chamar a atenção para a cobrança, o banco resolveu nesta tarde de quinta feira (19), reduzi-la para 2,7% ao ano.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central cortou ontem a Selic em 0,5 ponto percentual, ao menor nível histórico.
Após a decisão do BC, o perfil “Humor Econômico” criticou no Twitter a taxa de administração cobrada pelo fundo FIC FI Inteligente, do banco Santander. “Nesse ritmo e com a nova Selic, vocês vão inaugurar o 1° fundo de perda fixa do Brasil. Em que o cliente paga para deixar o dinheiro”, disse.
O UOL confirmou que o regulamento do fundo previa uma taxa de administração de 5,5% do patrimônio líquido ao ano.
Com a repercussão do Twitter, o Santander se manifestou, dizendo que o fundo não é mais ofertado. Mesmo assim, o banco decidiu reduzir a taxa de administração de todos os fundos da modalidade automática para 2,7% ao ano.
A pressão para a redução das taxas em outros fundos deve continuar. O perfil do Twitter pediu que Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa revejam as taxas de administração de fundos DI. “Os maiores volumes em fundos DI estão com vocês. Se faz urgente a revisão geral das taxas de administração.”
Taxa não deve passar de 0,4%, diz especialista
Daniel Linger, estrategista da RB Investimentos, afirma que a média da taxa de administração cobrada no varejo por fundos de renda fixa é de 3,06%, o que ele considera muito alta. “Com uma Selic a 5,5%, isso quer dizer que o investidor deixa mais da metade da sua rentabilidade para o gestor do fundo”, afirmou.
Ele recomenda que investidores de renda fixa procurem fundos que tenham taxa de administração de até 0,4% ao ano. Outra opção para fugir de altas taxas, disse Linger, é comprar títulos do Tesouro Direto.
Fonte: UOL

