O crescimento de 1,7% ou R$ 24,3 milhões no contencioso dos planos de benefícios da Funcef em comparação com dezembro de 2017, totalizando R$ 1,4 bilhão, não é uma boa notícia. Os participantes podem sofrer ainda mais nos próximos anos com o pagamento do déficit. Os dados foram apresentados no balancete de março deste ano.
Para piorar, o valor das chamadas ações de perda possível, que possuem 50% de probabilidade de perda e não são contabilizadas, chegam a R$ 17,7 bilhões. O problema é que a parcela oculta equivale a 12 vezes o contencioso contabilizado. Neste caso, pode comprometer o equilíbrio dos planos.
Mesmo com a diminuição da provisão quase pela metade, o passivo trabalhista continua a crescer. Tudo apesar dos novos critérios de contabilização do contencioso, implementados no balanço anual de 2017. A Funcef informou a redução de 42% na provisão, diminuição estimada em R$ 1 bilhão, nos resultados do ano passado.
Na contramão, houve aumento de 13% de novembro de 2017 para dezembro (R$ 17, 2 bilhões) no valor das ações de perda possível. O acréscimo demonstra a transferência de valores de uma rubrica contabilizada para outra que só aparece nas notas explicativas. As ações de perda possível obtiveram alto de 3,01%, chegando a R$ 17,714 bilhões em marco deste ano (R$ 517,7 milhões a mais que no fechamento do ano passado).
A política de recursos humanos da Caixa é apontada como uma dos principais fatores para o problema. A atitude do banco prejudica milhares de empregados por anos, ao impedir que façam contribuições de previdência complementar sobre a totalidade das remunerações.
A instituição reduziu drasticamente o valor dos benefícios de muitos participantes quando excluiu a parcela do CTVA (Complemento Temporário Variável de Ajuste ao Piso de Mercado) da base contributiva do REG/Replan e do REB. Por conta disso, muitos empregados entram na Justiça para cobrar a revisão dos valores. Inclusive, os representantes dos funcionários da Caixa reivindicam a criação de um grupo de trabalho tripartite para discutir uma solução para o contencioso.
Fonte: Movimento Sindical

