O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, que se o Brasil enfrentar uma segunda onda de contaminações pela Covid-19, como está acontecendo na Europa, o governo vai trabalhar “da mesma forma” que na primeira onda de infecções. Para enfrentar o coronavírus, o governo adotou o chamado Orçamento de Guerra, aprovado pelo Congresso, que tirou uma série de regras para os gastos públicos. Isso permitiu o lançamento de programas como o auxílio emergencial, créditos mais barato e programas de manutenção de empregos. O resultado será um rombo de quase R$ 900 bilhões neste ano e uma dívida próxima a 100% do PIB.
O estado de calamidade pública que permitiu todos esses gastos encerra em 31 de dezembro. Mas integrantes do Congresso já discutem, internamente, a possível prorrogação desse período.
— Se vier uma segunda onda, vamos trabalhar da mesma forma, tão decisiva quanto a primeira. Vamos ter que reagir, vamos corrigir erros ou excessos que tenhamos cometido no primeiro enfrentamento. Mas eu confio na democracia brasileira — disse Guedes, em audiência no Congresso Nacional.
Guedes também disse esperar que São Paulo encomende, pague e vacine sua população.
Guedes disse que o governo vai encontrar recursos para fazer uma “economia de guerra”. Mas ele avalia que, no Brasil, a doença está “descendo”.
— Não tenha dúvida, daremos uma resposta igualmente decisiva e encontraremos os recursos. Entraremos numa economia de guerra, mas não é o plano A. Não é o que vemos no momento. O que vemos no momento é a doença descendo, a economia voltando, o auxílio emergencial aterrissando — considerou.
Para Guedes, por outro lado, só haverá tranquilidade quando houver vacina.
— Realmente, de fato, a doença está perdendo força. Mas a solução só virá quando tivermos a vacina. Nós só estaremos livres desse pesadelo quando a vacina surgir. Enquanto isso, nós continuamos vulneráveis e ameaçados — disse.
O ministro disse ter proposto, inicialmente, o auxílio emergencial a R$ 200 por “prudência”, sob a visão de que a crise poderia durar anos. Foi o Congresso que elevou o valor para R$ 600.
Guedes ainda voltou a defender que o governo deverá retomar o Bolsa Família se não conseguir criar um programa de renda fiscalmente responsável.
Ele repetiu não ser favorável a irresponsabilidades fiscais para viabilizar um programa mais robusto e disse que seria preciso trocar a base de beneficiários de indivíduos para famílias, a exemplo do Bolsa Família.
Fonte : G1

