A negociação com o Banco do Brasil sobre as reivindicações específicas da Campanha Nacional, realizada nesta sexta-feira (11), em Brasília, foi marcada por tensionamento quanto aos quinze minutos de intervalo das mulheres antes da jornada extraordinária. A decisão do BB de permanecer com o intervalo em algumas regiões causou grande descontentamento, uma vez que o banco não informou se vai pagar para as bancárias o valor devido dos intervalos não realizados.
Os funcionários insistiram que o banco tomou uma decisão no meio de um processo de negociação e, ainda, no seu comunicado tentou jogar as trabalhadoras contra as suas representações sindicais. Os representantes dos funcionários argumentaram que durante a vigência do intervalo, em muitos locais de trabalho as mulheres não obedeceram ao descanso legal devido às condições de trabalho.
Foi cobrado que o BB pague esse passivo, porque este intervalo de quinze minutos se transformou, na verdade, em hora extra não remunerada. O banco aceitou marcar uma reunião para esta terça-feira para negociar a questão com mais profundidade.
Ausências autorizadas – Foi solicitada ao banco a ampliação das ausências autorizadas e da regulamentação para a ausência para consulta e para tratamento médico/odontológico. É reivindicação dos funcionários que haja uma regulamentação sobre o abono das horas de consulta. Desde que a Diretoria de Pessoas passou a proibir o abono das horas de consultas, tem havido transtorno em vários locais e a permissão de ausência fica a cargo de cada gestor. Foi dado destaque neste item à ampliação da LAPEF sem descontar nos abonos e ampliação do PAS adiantamento, com a permissão de uso pelos funcionários de bancos incorporados.
Previdência Complementar – Os funcionários destacaram as reivindicações de volta da consulta ao Corpo Social e a implantação de um teto de benefícios na Previ. Foi debatido e cobrado do BB a instituição de novo benefício de previdência opcional, com base na PLR, com contribuição patronal e pessoal e a alteração dos parâmetros da parte 2b do Previ Futuro de forma a permitir o aumento do percentual de contribuição patronal e pessoal. Foi destacado também a reivindicação do resgate da parte patronal no Previ Futuro nos casos de desligamentos, uma reivindicação antiga e já permitido no plano 1 da Previ.
Vale transporte – Os funcionários cobraram do banco o pagamento do vale transporte intermunicipal, pois muito funcionários não obtém o benefício devido problemas na empresa concessionária, por não ter catraca ou serviço de vale-transporte. Os funcionários ficam prejudicas pois precisam se deslocar às próprias custas para trabalhar em cidades vizinhas e até mesmo dentro de regiões metropolitanas.
Folgas – Foi feito um amplo debate sobre a regulamentação da concessão de folgas no acordo coletivo e também sobre as folgas da justiça eleitoral. Devido acordo com o Ministério Público do Trabalho, as folgas da justiça eleitoral não poderão mais constar do acordo com a opção de conversão em espécie, mesmo que uma parcela do estoque. Os funcionários cobraram do BB que seja definido em acordo um prazo para concessão de folgas, para evitar que novamente a Dipes venha pressionar os funcionários para utilização de folgas, inclusive com ameaça de inquéritos administrativos indevidos. O banco assumiu o compromisso de apresentar uma nova redação à cláusula das folgas ainda durante o processo de negociação.
Avanços no PSO – O BB apresentou algumas propostas debatidas nas mesas sobre PSO e que serão implementadas até 31/08/2016. Entre elas, a disponibilização da Trilha de capacitação invertida para que os funcionários do PSO possam fazer cursos da Rede Varejo e vice-versa e a implementação da adição cruzada (movimentação transitória) entre escriturários de Agência e PSO. Para os sindicatos, os avanços no PSO são importantes, embora ainda muito tímido em relação à pauta de reivindicações.
Próxima negociação – A próxima rodada de negociação com o Banco do Brasil será realizada no dia 18 de setembro e vai debater as reivindicações sobre remuneração e plano de carreira.
Fonte: Movimento Sindical

