Os banqueiros não têm o que reclamar. No Brasil, os bancos sempre saem ganhando. Têm lucro bilionário, independentemente da crise que o país passe, ganha dinheiro do governo e lesa a população cobrando taxas e tarifas absurdas dos clientes.
Através da Emenda Constitucional 106, que tramitou como a PEC 10, o Banco Central recebeu carta branca para usar dinheiro público e comprar papéis podres de instituições financeiras em plena pandemia causada pelo novo coronavírus.
O processo causa estranheza, pois os papéis são documentos de operações financeiras privadas. Na maioria das vezes de empréstimos, financiamentos ou aplicações, que podem ter sido lucrativos no passado, mas dão prejuízo atualmente por conta do alto índice de inadimplência ou dificuldade de venda. Todos os brasileiros vão pagar a conta do prejuízo dos banqueiros, que pode chegar a R$ 972,9 bilhões.
Um verdadeiro assalto à população, já que comprar um “papel podre” seria como arcar uma dívida sabendo que o devedor não terá condições de pagá-la. Só eu os cinco maiores bancos brasileiros possuem recursos equivalentes a toda a economia do país, com ativos que somam quase R$ 7,4 trilhões e superando o PIB nacional, que em 2019 foi de R$ 7,3 trilhões. Só no primeiro semestre deste ano, o lucro líquido consolidado atingiu R$ 13,7 bilhões.
O Banco Central é o responsável por regular e supervisionar todo o sistema financeiro nacional, mas não há limite para esse gasto, o que contraria o discurso do governo Bolsonaro de responsabilidade fiscal para justificar a retirada de recursos de áreas como saúde e educação.
Fonte: Movimento Sindical