A pandemia de coronavírus que assola o Brasil deixa cada vez mais evidente a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para os brasileiros. Tragicamente, este aparato de saúde pública, considerado exemplo mundial, vem sofrendo ataques sistemáticos nos últimos tempos.
Um dos mais duros e recentes golpes contra o SUS foi a Emenda Constitucional 95, aprovada em 2016, que não somente congelou, mas reduziu os investimentos sociais destinados à população, entre eles, os recursos destinados à saúde. Não à toa, foi chamada de PEC da Morte. A medida tem as digitais do ex-presidente Michel Temer e do então deputado Jair Bolsonaro, atual presidente da República.
A pandemia que atinge o mundo deixa claro o quão fundamentais são os investimentos em políticas públicas, seja na saúde, educação, assistência social ou em outras áreas. É comum que setores mais conservadores, leia-se banqueiros, grandes empresários e investidores, critiquem investimentos em áreas sociais. O que os incomoda, no entanto, é que, destinar recursos para o bem-estar da população pode significar uma ameaça à rentabilidade de seus negócios. Uma visão mesquinha, pois investir em políticas públicas não significa a inexistência de medidas de apoio à iniciativa privada.
Ao editar a Medida Provisória (MP) 936, o governo vai novamente na contramão dos direitos trabalhistas. A MP, autoriza, entre outras coisas, a redução de jornada e de salários com negociações individuais entre empregador e trabalhador. Guedes e Bolsonaro demonstram claramente que agem para socorrer empresários e banqueiros, enquanto o trabalhador fica com o remédio amargo.
Sem dúvida é preciso, de alguma forma, amparar as empresas nesse momento. Porém, em contrapartida, a classe trabalhadora igualmente espera medidas no mesmo sentido, com garantia de emprego e integralidade de salários.
Ao movimento sindical, não surpreende as ações do (des)governo Bolsonaro. Dirigentes de entidades que atuam em defesa dos trabalhadores nunca se furtaram em alertar o que Bolsonaro e Guedes representavam, e as consequências caso esse projeto fosse vitorioso. Bolsonaro passou quase 30 anos na Câmara dos Deputados agindo em favor próprio, empregando sua família e defendo a milícia. Como presidente não seria diferente.
É momento de cuidar da saúde dos trabalhadores. Mas também é momento de reagir. Precisamos dar um basta a este governo que não chegou nem na metade e já acumula um histórico inédito e incomparável de maldades contra a população brasileira.
Em especial aos bancários, é hora de reavaliar o país que queremos, com as pessoas em primeiro lugar e não os lucros dos banqueiros, e retomar o protagonismo que a categoria sempre exerceu na luta por conquistas da classe trabalhadora.
Fonte: Movimento Sindical

