Enquanto a maioria dos fundos de pensão assumem mais risco na renda variável para elevar a rentabilidade e cumprir as metas atuariais, grandes fundos de pensão como Previ (funcionários do Banco do Brasil) e Petros (Petrobras), passam por um movimento inverso. Quando se coloca na conta essas fundações, a exposição em bolsa do conjunto de fundos é maior proporcionalmente ao patrimônio e mostrou inclusive crescimento no ano passado.
Partindo de uma base de 256 fundos de pensão que administram R$ 755 bilhões, segundo a Abrapp, associação que representa o setor, a alocação das entidades em renda variável cresceu 8% em 2016, na comparação com o ano anterior, para R$ 137 bilhões.
O valor corresponde a 18,1% do patrimônio, mas ainda está longe da fatia de 33% de 2009, quando o principal índice da bolsa subiu mais de 80%. Levando em conta só o investimento direto em ações, a exposição dos fundos de pensão é de 9,5% do patrimônio total.
Previ e Petros revisaram recentemente seus investimentos com o objetivo de reduzir a exposição à renda variável, a fim de ter maior liquidez para o pagamento de benefícios. Só o plano de benefício definido da Previ soma R$ 157,2 bilhões, enquanto que o da Petros têm R$ 49,8 bilhões.
A política de investimento até 2021 das duas fundações prevê uma redução da exposição em ações. Entre os movimentos mais recentes, a Petros anunciou em março a venda de sua fatia na empresa de shopping centers Iguatemi por mais de R$ 500 milhões.
Os dois fundos também vão ganhar mais liquidez com o novo acordo de acionistas proposto para Vale – em que participam do bloco de controle por meio do veículo de investimentos Litel, junto com Funcef (Caixa Econômica Federal) e Funcesp (empresas elétricas de São Paulo). O mesmo já aconteceu com CPFL, que foi vendida para a State Grid.
Fonte: Valor
