Reclamações contra bancos crescem 21% em meio à greve dos bancários

reclamações - grande5 maiores bancos tiveram 10 mil queixas em setembro no site Reclame Aqui. Reclamações sobre FGTS estão entre as principais, diz diretor do site.

O número de reclamações de clientes contra os cinco maiores bancos do país no site Reclame Aqui atingiu o maior patamar do ano no mês de setembro, com 10,2 mil queixas. O número representa alta de 21% em relação a agosto.

O volume de reclamações dos consumidores cresceu durante o período de greve dos bancários. Os trabalhadores entraram em greve no dia 6 de setembro e continuam parados por tempo indeterminado.

Na comparação com setembro de 2015, quando foram registradas 8,6 mil reclamações, a alta no número de queixas foi de 17%, ainda considerando os cinco maiores bancos.
O Reclame Aqui é um portal que reúne reclamações de consumidores contra empresas e abre um canal de comunicação entre eles.

Os números registrados pelo site em setembro também revelam que a greve deste ano já gerou mais reclamações do que na última paralisação dos bancários. Em 2015, a greve aconteceu mais tarde – a categoria suspendeu suas atividades entre os dias 6 e 26 de outubro. Durante aquele mês, foram registradas 9,6 mil reclamações contra os 5 maiores bancos no site Reclame Aqui, um aumento de 10,7% em relação ao mês anterior.

A greve dos bancários completou 30 dias nesta quarta-feira (5). É a maior paralisação da categoria desde 2004, segundo o movimento sindical. Até o dia anterior, a paralisação fechou 13.104 agências e 44 centros administrativos, o que representa 55% do total de agências de todo o Brasil.

Gráfico - Reclamações contra o Banco

O fundador do Reclame Aqui, Mauricio Vargas, afirma que o forte aumento no número de reclamações em setembro está diretamente ligado à greve dos bancários. “Aquele cliente que precisa realmente do banco para sacar o FGTS e o seguro-desemprego, é esse cara que está vindo reclamar”, afirma, acrescentando que essas reclamações se referem especialmente a queixas contra a Caixa e ao Banco do Brasil.

Em relação aos outros bancos, Vargas aponta que a maioria das queixas são de pequenos e médios empresários. “Tem empresários que precisam depositar cheques, retirar cheques ou empréstimos e financiamentos, e ninguém consegue. Os grandes empresários sim, conseguem falar com o gerente, mas outros que precisam ter desconto em duplicata, por exemplo, não está conseguindo fazer essa operação.”

Os bancos com mais reclamações 
Entre os 5 maiores bancos, o maior aumento no número de reclamações em setembro foi do Bradesco, com avanço de 62,5%, seguido pelo Banco do Brasil, com 35,7%. A Caixa Econômica Federal e o Itaú Unibanco tiveram aumento de 15,3% e 11,4% no número de queixas, respectivamente. Apenas o Santander teve menos reclamações no mês, com queda de 1%, ainda de acordo com dados do Reclame Aqui.

O G1 procurou os bancos que registraram aumento no número de reclamações em setembro e aguarda os seus posicionamentos.
O Itaú disse que adotou “procedimentos preventivos para garantir que todos os procedimentos continuem em funcionamento no período de greve”. O banco disse não ter registrado aumento de reclamações nos seus canais de atendimento e ressaltou que os clientes podem acessar os canais alternativos, como internet banking.

O Banco do Brasil informou que não registrou aumento significativo de manifestações no período em seus canais de atendimento e acrescentou que “oferece a maioria das transações em canais alternativos”.

Outros órgãos 
O Banco Central também mantém um canal para receber reclamações de consumidores contra os bancos. Os últimos dados divulgados se referem ao mês de agosto e não contemplam o período de greve. As informações serão atualizados somente em novembro, informou o BC.

Já o Procon informou que não há registros de reclamações relacionadas a problemas com a greve dos bancários, mas apenas pedidos de orientação.
A Proteste informou que não houve aumento de reclamações, mas também de pedidos de orientação, principalmente sobre recebimento de salários, do FGTS, seguro-desemprego, pensão alimentícia e perda de senhas, por exemplo, que são serviços que envolvem atendimento presencial em agências.

Fonte: G1

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