O requerimento, de autoria do senador Jean Prates (PT-RN), protocolado ontem (24/06), destaca que a exclusão bancária em pequenos municípios pode causar o agravamento da crise atual
Ontem (24/06), o senador Jean Paul Prates (PT-RN) protocolou, no plenário do Senado, o requerimento 1058/20, solicitando informações atuais ao presidente do Banco Central (Bacen), Roberto Campos, sobre o fechamento de quase 300 agências bancárias em diversas localidades do país.
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados do Banco Central, revela que 42% dos municípios do país não possuem nenhuma agência bancária. Em 7% não existe qualquer tipo de atendimento bancário. Os dados mostram que, de janeiro a abril de 2020, foram fechadas 283 agências bancárias no país. Destas 194 foram fechadas após o início da pandemia.
O documento destaca que, em meio a uma grave crise provocada pela pandemia do coronavírus, muitas agências foram fechadas definitivamente e algumas estavam situadas em locais com déficit de postos de serviços bancários, prejudicando a categoria, empresas, prefeituras e a população em geral.
Esse requerimento é de extrema importância neste momento tão atípico pelo qual o país atravessa. Enquanto o povo brasileiro sofre com os efeitos nefastos do atual governo, sem uma política de saúde que combata o avanço da contaminação pela Covid-19, e com os constantes ataques à classe trabalhadora, os donos paralelos do poder, os banqueiros, mostram que não têm compromisso com o Brasi.
Ainda segundo o documento, o fechamento das agências durante a pandemia tem dificultado, para muitas pessoas, o saque do auxílio emergencial de R$ 600. Atualmente, 376 municípios brasileiros não têm qualquer tipo de atendimento bancário (agência, posto de atendimento ou caixa eletrônico), o que obriga seus moradores a terem que se deslocar para outras cidades para receber o auxílio.
O Movimento Sindical exige segurança e condições dignas de trabalho e saúde aos milhares de bancários e bancárias que estão na linha de frente atendendo a população em meio à pandemia. E os bancos se aproveitando disso para fechar agências de forma definitiva aumentando ainda mais o desemprego e o desespero daqueles que, porventura, tenham que mudar de cidade para trabalhar em outra.
Situação crítica
O levantamento do Dieese ainda mostra que, em alguns estados, a situação é extremamente crítica, como em Roraima, onde dos 15 municípios, apenas quatro contam com agências bancárias. Em três deles existem apenas bancos públicos. Bancos privados, apenas na capital.
O serviço bancário é uma concessão pública regulada por lei. Os banqueiros deveriam prestar contas disso quando retiram postos de trabalho, de serviços e atendimento ao público, empresas e municípios, aproveitando o momento de crise para fechar as agências definitivamente e não só no período de calamidade. Por isso, os trabalhadores exigem respostas e mais respeito.
Fonte Movimento Sindical

