O movimento sindical reuniu-se nesta segunda-feira (30/03) com a FENABAN para, juntos, fazerem um balanço das medidas tomadas pelas instituições financeiras para coibir a contaminação do COVID-19 pelos bancários. A reunião aconteceu através de audioconferência e teve a participação do sindicato.
No início da reunião, a FENABAN enfatizou que assim que a pandemia começou a avançar pelo país, o movimento sindical contatou os bancos para discutir medidas de prevenção para os bancários e isso foi fundamental para a categoria sair na frente no combate ao coronavírus.
Hoje, cerca de 230 mil bancários estão em casa trabalhando em regime de home office ou por pertencerem a grupos de risco, representando mais de 50% da categoria em todo o Brasil. Nos próximos dias este número pode chegar a 250 mil trabalhadores.
Estão fechadas em todo o país em torno de 2.200 agências, com 40% dos funcionários da rede em casa. Quando se trata dos centros administrativos, 80% dos trabalhadores dessas áreas também estão fora de seus locais de trabalho.
Segundo a FENABAN, o isolamento dos bancários será mantido, apesar da enorme pressão que os bancos estão sofrendo para que o atendimento seja normalizado, principalmente em virtude da proximidade do início do mês e do pagamento dos benefícios do INSS, pois muitas concessões de aposentadoria que estavam paradas começaram a ser concedidas, demandando assim o atendimento presencial para o beneficiário receber seu primeiro benefício.
Os representantes dos bancários reivindicaram na reunião o pagamento de insalubridade para os funcionários que continuam tendo contato com clientes e que a organização das filas nas áreas externas das agências seja feita pelo poder público (Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, fiscais da prefeitura), visando o cumprimento de uma distância mínima recomendada pelas autoridades de saúde. Outra reivindicação apresentada aos banqueiros foi um acréscimo no dias de gozo das férias, pois os bancários em atendimento estão sob um stress muito grande e seria merecido um descanso maior quando a situação voltar ao normal.
Em resposta a estas reivindicações, a FENABAN argumentou que a insalubridade não é uma situação cotidiana da categoria e que por isso não vislumbra a viabilidade da reivindicação. Sobre as filas nas calçadas, a FENABAN irá contatar a poder público para que medidas possam ser tomadas para prevenir o contágio, pois as pessoas costumar ficar muito próximas umas das outras neste locais. A extensão dos dias de férias também foi negada pelos bancos.
Os banqueiros afirmaram que no dia 15 de abril será iniciada a campanha de vacinação da categoria, atendendo primeiramente os grandes centros. Foi denunciado também à FENABAN que muitas agências estão sem álcool gel para higienização dos funcionários e mobiliário. Segundo a instituição, o produto está em falta no mercado e que os bancos estão se mobilizando junto a fornecedores para comprar uma grande quantidade, suficiente para suprir as necessidades dos locais de trabalho.
O movimento sindical argumentou também que a retomada da rotina normal das agências neste momento seria muito precipitado e que esta decisão, a ser tomada no momento adequado, exigirá muita cautela, já que tudo o que foi feito para proteger a saúde dos bancários poderá ser perdido. Foi pedida à FENABAN uma campanha intensificada de medidas de prevenção voltada aos funcionários mais jovens.
Outra denúncia apresentada à FENABAN foi que algumas instituições, insensíveis ao fato de as agências estarem desfalcadas de funcionários, continuam cobrando o cumprimento de metas, incluindo até a prospecção de novos clientes. A FENABAN se comprometeu a se reunir com os bancos e pedir razoabilidade nesta questôes.
Fonte Movimento Sindical

