Na noite dessa quinta-feira (23), aconteceu uma audiência pública sobre a Previdência Social, realizada na Câmara Municipal de Viçosa. O projeto de reforma foi o grande centro de discussões da atividade, que reuniu vários sindicatos da região e dezenas de moradores da cidade.
A audiência começou com uma exposição da auditora fiscal do Estado de Minas Gerais, Maria Aparecida Meloni, que questionou o argumento da Presidência de que há um déficit nas contas da Previdência, o que torna a reforma necessária. Para isso, embasou-se em dados do orçamento federal, como os que mostram que, só em 2015, a dívida ativa de empresas junto à Previdência ultrapassava os R$ 350 bilhões e que o governo deixou de arrecadar outros R$100 bilhões referentes a benefícios fiscais. A convidada ainda destacou outros números, desta vez, relacionados ao impacto que a seguridade social tem na vida dos brasileiros. Segundo uma simulação da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), sem a cobertura previdenciária, 77% dos idosos do país estariam em situação de indigência. Aposentadorias, pensões e outros benefícios do INSS também são fundamentais para as economias locais, uma vez que, em 88% das cidades brasileiras a soma deles é maior do que o valor recebido pelo Fundo de Participação dos Municípios.
A professora do Departamento de Direito da UFV, Roberta Guerra, também falou sobre os prejuízos que o trabalhador pode ter com a reforma da Previdência. Em sua fala, Roberta destacou os requisitos para ter acesso à aposentadoria hoje e como eles ficariam com a aprovação da proposta. A professora ainda questionou a comparação com outros países feita pelo governo para embasar o projeto de reforma
A fala foi aberta também aos sindicalistas da região, que compunham a Mesa de Honra da audiência. Como representante da classe bancária, o presidente do Sindicato dos Bancários de Ponte Nova e Região, Sr. José Carlos Barbosa Silva, também deu o seu parecer. Disse da necessidade de todos se unirem e protestarem, veemente, para que a PEC 287 seja reprovada. “Temos sim, que irmos para as ruas, mostrar que o povo brasileiro insatisfeito com as reformas da Previdência e Trabalhista, é forte e determinado, pois somos a maioria e temos que detonar com essa maldade do governo”.
O público presente, que lotou o plenário da Câmara, também discutiu o assunto, fazendo perguntas aos convidados, mostrando preocupação com a proposta e alertando para a necessidade da população de se mobilizar.
Fonte: SBPNR com informação da ASPUV

